domingo, 31 de outubro de 2010

Momento drama: o seguro

Para ler ouvindo.

Senta que lá vem história.

Quando você viaja à Europa, é obrigado a contratar um seguro de saúde. É uma das exigências para entrar nos países, mesmo se for a turismo e por menos de 3 meses. Nós contratamos o seguro através da agência de viagens, mas tempos depois descobri que o cartão de crédito já oferecia o serviço.

Pagamos cerca 100 dólares, recebemos uma folha com a cobertura do seguro e só. Viajamos belas e felizes sem nunca imaginar que precisaríamos acioná-lo um dia.

Ledo engano. Eu quebrei o pé e esperei uma semana para contar para minhas amigas que a dor estava insuportável. Meu pé parecia um pão de tão inchado. Antes disso, tínhamos comprado um creme para desinchar, o que não fez diferença nenhuma.

Quando resolvi dizer que não aguentava mais, apavorei a Ana e a Dai. Nós saímos do Bairro Gótico, em Barcelona, à procura de um hospital mais próximo. Enquanto isso, acionei o seguro e o atendente me pediu para esperar 50 minutos que ele retornaria a ligação.

Até lá já estávamos no maior hospital de Barcelona, o Hospital de Santa Creu i Sant Pau - com esse nome, devia ter imaginado. Mal sabia que minha novela estava prestes a começar. Chegando lá, fui atendida em um guichê para estrangeiros e a enfermeira falava inglês (eu não entendia nada do catalão). Ficamos aliviadas, pois ela nos explicou o procedimento e disse que o seguro reembolsaria a consulta depois, pois eles não trabalhavam de outra maneira.

Primeiro susto: a consulta de avaliação - na qual a médica olhou para o meu pé e disse: "vai ter que fazer radiografia" - custava mais de 300 euros. Como a enfermeira me garantiu que haveria reembolso, resolvi arriscar, afinal, a dor era muita e tínhamos mais duas semanas de viagem.

Quando estava na sala de espera, passada cerca de uma hora da minha ligação, o seguro retornou. Informei o que tinha feito e o atendente perguntou se eu já tinha sido atendida. Afirmei que sim. Recebi uma nova ligação de um atendente falando espanhol e perguntando onde eu estava.  Respondi e ele desligou. Tempos depois um colega dele, falando português, ligou novamente minutos para avisar o que eu teria que fazer para o reembolso.

Parecia tudo certo, mas as horas começaram a passar. Resumo: fiquei sete horas na sala de espera para fazer a radiografia. Os enfermeiros não me levavam a sério. Diziam só que um acidente havia acontecido e eu teria que esperar.  Enfim, sete horas se passaram e nada acontecia. Até que implorei para um enfermeiro ver quando seria a minha vez. Ele voltou e disse que esqueceram de mim (parte 5). Fiz a radiografia e fui atendida por duas médicas. Elas só falavam catalão e não entendiam absolutamente nada do que eu dizia. Entendi que meu pé estava com uma luxação. Pediram para que eu deitasse na maca e quando eu menos esperava, uma enfermeira imobilizou a minha perna até o joelho! Fiquei apavorada e feliz ao mesmo tempo, pois finalmente não sentiria mais dor.

No prognóstico havia uma observação de que eu deveria voltar uma semana depois ao médico para ver a minha situação. Os nossos planos eram ir para Paris. Criei aversão à Barcelona e passei dois dias parada no hostel. Só pensava em ir pra França.

Segundo capítulo: o retorno ao médico.
Ainda na Espanha, liguei para o seguro e informei a situação. Eles pediram que eu enviasse por e-mail o prognóstico. Enviei com uma foto minha para provar que eu estava com a perna imobilizada.

Já em Paris recebi a resposta; o seguro não cobriria a reconsulta por não se tratar de uma emergência. Aí, foi uma série de preocupações e transtornos. Liguei vários dias pedindo que reavaliassem o pedido. Ligamos para a agência em Blumenau e recebemos o número da central do seguro em Porto Alegre. A atendente ouviu a história toda e confirmou que o procedimento estava errado. Em minutos recebi uma ligação dizendo que a reconsulta foi aprovada, que eles não tinham entendido direito o caso.


Para saber onde ficava a clínica foi outra novela. O seguro trabalha com centrais espalhadas nos países da Europa. Em cada um deles, o atendente fala a língua de origem. Ou seja, me ligaram falando francês!!!!! Tive que pedir pro atendente brasileiro ligar para a central francesa e anotar o endereço.

Depois disso, estava bem feliz. Fomos ao médico. Entramos as três no consultório. O médico falava inglês uga-buga e só. Receitou um imobilizador para o tornozelo e não pediu radiografia, nem nada. Saindo do consultório, ele me chamou e disse: "you have to pay". E eu que achava que o seguro que eu contratei só fazia operações sem precisar pedir reembolso depois? Tolinha. Lá se foram mais 60 euros.

Fim da novela.
Gastei muito mais do que imaginava. Sai da Europa sem saber que meu pé estava quebrado e usei um imobilizador para o tornozelo desnecessariamente,  foi a parte de cima do meu pé que estava machucada. Além disso, tive que imobilizar a perna novamente durante 30 dias e estou fazendo fisioterapia. Tive que mandar todos os documentos originais para a seguradora e fiquei com cópias assinadas pela gerente da agência de Blumenau. Recebi o reembolso, mas gastei R$ 300 de roaming com as ligações da seguradora - o que não será reembolsado, pois o número que aparece na conta é o meu.

Moral da história:
- Seguro é importante, sim. Sugiro que você faça o do cartão, mas se informe direitinho como  funciona a cobertura e o que eles oferecem; 
- Exija os documentos com todas as cláusulas especificadas para poder cobrar depois. Se puder esperar o retorno do seguro quando acioná-lo, aguarde. Assim você evita pagar a consulta - ou não. É sempre uma surpresa - e ficar sem dinheiro para o resto da viagem;
- Se não entender a língua que o médico fala, exija que um amigo entre com você na consulta ou peça ajuda de alguém na sala de espera - no meu caso, uma velinha fofa assumiu minhas dores e brigou com os enfermeiros por eu ter esperado tanto;
- Guarde todos os gastos médicos que forem receitados nas consultas - receitas, cupons fiscais de remédio, gastos com material de imobilização - para exigir o reembolso depois. Tenha paciência, mas não deixe de acompanhar o andamento do processo, a avaliação demora cerca de 15 dias depois que você enviar os comprovantes para a seguradora;
- Se tiver que enviar os documentos originais para a seguradora, faça com que a sua agência assine todos com a frase "corresponde com o original". Fiz isso sob orientação do advogado. A seguradora não devolve os documentos, por isso, será uma garantia em caso de ter que entrar com uma ação na justiça para exigir o reembolso.

Prometo fazer um post sobre as dificuldades de andar com o pé imobilizado em Barcelona, Paris e Roma. Tive experiências únicas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cuidados com a saúde

Se você vai passar um mês fora de casa, alguns cuidados são importantes, principalmente se você está viajando em países deculturas diferentes. A água é diferente, os alimentos, o ar: tudo. Principalmente os nossos hábitos mudam e, por isso, vale a pena guardar estas dicas.

- De uma coisa me arrependi nesta viagem. Eu esqueci de levar as minhas cápsulas de complexos vitamínicos. Eu senti muita falta de frutas e verduras, mas alguns complementos poderiam suprir essa necessidade. Nas últimas semanas, eu tive muitas câimbras (porque não estava acostumada a andar tanto) e creio que foi um reflexo da falta de vitaminas. Vegetais custam uma fortuna na Europa. Eu cheguei a ver uma banana por 1 euro. Sem falar que o mais perto que chegamos de uma salada foi no McDonalds. A maioria dos restaurantes oferecem seus menus nas portas, o que facilita a pesquisa de preços, mas comida em geral é muito cara.

- Na viagem de volta, sentei do lado de uma médica soteropolitana que reside atualmente em Roma. Ela me contou que na Europa é adicionado cálcio na água (assim como é usado o flúor no Brasil) e que por isso ela é tão alcalina. Resultado: cabelos e pele ressecados. Por isso, condicionador e hidratante são fundamentais.

- Por sorte, na Europa você encontra praticamente as mesmas marcas de shampoos e cremes que existem no Brasil. Mas eu notei que os frascos de hidratantes para pele são gigantes (de 500ml a 1l). Se você não quiser comprar algo gigante, recomendo que leve um creme potente. Não dá pra levar na mala de mão volumes superiores a 100ml, mas se for levar na mala, embrulhe num saco plástico para proteger as roupas de uma possível explosão de creme.

- No final, acabei achando um bom hidratante de 150ml. Mas ao chegar em casa, Carol me alertou para o "italiano macarrônico" da embalagem que indicava MANI = mãos. Paciência, minhas pernas nunca estiveram tão bem hidratadas. 

- Outra coisa: se você não tiver um cabelo de princess como o da Carol (que não precisa de condicionador nem secador) e sim cabelos encaracolados, como o da Dai e meu, use um bom condicionador e creme leave in. Mas aqui vale recomendar que seja levado um na mala de mão (obedecendo a regra dos 100ml dos aeroportos). Você vai passar quase um dia todo viajando e amassando o cabelo e, provavelmente, vai sofrer de jet lag na chegada. Talvez você não crie uma coragem imediata de procurar um supermercado.

- E claro: o bom e velho protetor solar. Eu sugiro que você já leve na mala. Não achei nenhum barato por lá. E você vai precisar muito. Não tem jeito de conhecer tudo sem andar pela cidade. A pele vai ficar exposta e o jeito é se cuidar. Principalmente se for verão, quando o sol se põe bem tarde (em Madrid, era por voltas das 21h40). 

sábado, 16 de outubro de 2010

Lisboa, uma bela surpresa

Não sei o que eu esperava de Portugal. Sei lá, bigodões, Manueis e Joaquins. Pensava no país como o patinho feio da Europa. Mas Lisboa foi uma bela surpresa. Moderna, bonita, simpática, a capital portuguesa arrancou suspiros como ponto de partida de nossa viagem. Sem falar que começar num país de mesma língua facilitou bastante na primeira etapa de nossa odisséia. 



Lisboa é uma gracinha. Construções belíssimas, castelos, museus, sem falar de um ótimo sistema de transporte público integrado. Confesso que achei fantástico e barato o ticket que valia para ônibus, metrô, comboio (bonde elétrico) e barco (que a gente não chegou a usar). 

Estação de Metrô limpa e bem sinalizada

E apesar de tudo que falam mal, os portugueses são simpáticos, receptivos e prestativos. Tirando a má impressão que tivemos do taxista que nos levou do aeroporto para o hostel (que parecia meio nó-cego), fomos muito bem tratadas. 

Outra coisa que nos agradou foi o shopping center, haha. Desculpa, mas a gente é fã de compras e o shopping Vasco da Gama, em frente à Estação Oriental, era demais! E a época era a melhor: final de verão na Europa é sinônimo de grandes liquidações. Tanto que fizemos a festa. Em nosso primeiro dia de viagem, já pisamos na jaca e torramos muitos euros em roupas baratas. 

Shopping Vasco da Gama

Acho que nossa única falha em Lisboa foi deixar de ir nos bairros onde podia-se ouvir fado. Trocamos a tradição por uma visita ao Bairro Alto, lugar de badalação jovem - a qual não estávamos muito habituadas. E também não bebemos vinho português :(. Mas experimentamos algumas cervejas e uma tal de sangria alpina (ui). 

Bairro Alto


Dicas:
- Vá ao Belém, visitar a torre, o mosteiro e comer o pastel de Belém, muito saboroso. É lá que fica o Museu de Arte Moderna, com exposições muito bacanas. 



- Conheça o Castelo São Jorge, que fica no alto da cidade permitindo uma vista maravilhosa.



- Dê uma volta a pé pelo centro de Lisboa - belas construções e paisagens (leve sempre um mapa). 



- O oceanário também é uma boa pedida. Muito educativo e bonito :)


terça-feira, 12 de outubro de 2010

O melhor cenário, a melhor trilha


Vi esse filme quando estava na faculdade. Assisti a primeira vez sozinha e depois fui rever com os amigos. E só posso dizer uma coisa: conheci uma Paris apaixonante e colorida através de "O fabuloso destino de Amélie Poulain". E claro, durante nossa viagem, não podíamos deixar de conhecer os lugares que apareceram no filme. Não fiz como o menino desse site que visitou quase tudo, mas fui nas principais locações :)


É claro que visitamos o fofíssimo Deux Moulin, onde a Amélie trabalhava. O lugar é super charmoso, divertido, cheio de turistas aficcionados e com um happy hour animado. Fora que ele fica na rua Lepic, que leva à parte mais bonita do Montmartre.


E pra agradar a freguesia, o bar manteve várias referências ao filme, inclusive uma decoração básica no banheiro!


Recomendo o filme (com a maravilhosa trilha sonora de Yann Tiersen), recomendo o Deux Moulin e recomendo Paris!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Episódio de hoje: Meu pé, meu querido pé

Antes de ler, aperta o play:



Há muitos mistérios na Terra. Alguns não devem ser descobertos - como onde diabos (quem usa essa expressão a não ser em filmes dublados?) ficam aquelas moedas que o Tom Hanks segue no Código da Vinci até o Louvre? Para outros, pode-se criar uma teoria que os explique.

O mistério que tentarei revelar aqui é: Como quebrei meu pé durante a viagem? Neste episódio, você conhecerá hipóteses levantadas por especialistas, agentes do FBI, fofoqueiros, especuladores entre outros...
Vamos a elas!

Hipótese Lisboa: Tropecei a caminho da Torre de Belém. Lá estava eu feliz e saltitante no primeiro monumento que visitamos, no segundo dia de viagem. Conversava com os cabelos esvoaçantes olhando para a Dai, que estava logo atrás de mim, quando bati com o pé em uma parada de cimento e cai em cima da Ana.

Hipótese Madri: Cai da mureta do Monumento a Alfonso XXI no Parque del Retiro e, ao ser resgatada por um barquinho, prendi o pé em um pedaço de árvore que estava no fundo do lago.

Hipótese Barcelona. Já foi no Park Güell? Quando for, você vai perceber como é fácil quebrar o pé lá. Mas tem a hipótese da Ana: Cai do trapiche.

Hipótese Paris: Quem quebra um pé em Paris, né? Mas se for quebrar, tenho certeza que vai ser na Estação de Austerlitz - ou na incrível troca de plataforma a la James Bond, que consiste no fato de você entrar no metrô por uma porta e sair por outra na mesma estação em segundos.

Hipótese Milão: Correndo para trocar de trem em 5 minutos enquanto um italiano grita: "Chico, Chico!!!! Parla spagnol?" tentando "ajudá-la" a descobrir o trem já foi.

Hipótese Roma: Taí outra cidade fácil de quebrar o pé. Tem mais de uma hipótese: 1. No auge da pobreza, tentei ganhar uns euros como artista de rua, mas acabei tropeçando na sandália de gladiador. 2. Um pedaço do Coliseu caiu no meu pé. 3. Ao subir o Monte Palatino tropecei e rolei morro abaixo.

E aí, qual a opção correta, caro leitor?

Aqui, como garota-propaganda da H&M em Paris


Obs: Quando você machuca o pé em um país estrangeiro e fica hospedada em hostel, aprende a contar pra todo mundo o que aconteceu em inglês e portunhol. É um exercício de comunicação. #ficaadica

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bonsoir!

Texto antigo publicado originalmente aqui e republicado a pedido da Ana.

Faz tempo que não escrevo aqui. Assuntos para escrever não faltaram. Estive fora durante 25 dias viajando ‘pelas’  Europa. Realizei um sonho da minha vida. Foram muitas aventuras, você nem imagina. Depois disso, voltar a ritmo é uma tarefa que merece concentração e empenho, assim, o blog foi ficando sempre pra depois.

Faz duas semanas que voltei e posso dizer que senti muita saudade. Apesar da felicidade de conhecer lugares que a gente ouve falar ou vê em cenas famosas de filme, estava morreeeendo de saudade. É bom dormir na própria cama, não ser surpreendida por um café da manhã insosso ou ter que dormir e acordar em um quarto com pessoas estranhas.

Das coisas que aprendi, é que consigo tolerar muitas coisas e que amizade é amizade mesmo quando a gente está de mau humor ou desanimada da vida. Às minhas fiéis companhias de viagem,  Ana e Dai, só tenho a agradecer pelo carinho e compreensão. Se você quiser ler o texto lindo que a @workaholicarol escreveu sobre Paris, é só clicar aqui.

Bom, o lugar que eu mais amei foi Paris – pelas mesmas razões que a Ana escreveu no post. Tudo lindo. Ô povo que sabe se vestir, hein? E as japonesas que a gente encontra em Paris são as mais lindas! E os japoneses e franceses os mais estilosos. hahaha


Saindo de Paris, com um RER, fomos pra Versalhes, onde visitamos o Château de Versailles, onde viveu o Rei Luis XIV, o Rei Sol, e… tchararam… a Maria Antonieta. Foi lá que a Sofia Coppola fez as gravações do filme. Realmente, é tudo muito parecido com o cenário do longa. Foi bem emocionante. Quem já leu meu blog está careca de saber que eu adoro a Sofia Coppola e, principalmente, o Maria Antonieta.

O lugar é imenso, cheio de jardins. Além do Palácio – que é lindo, todo com detalhes em dourado – onde tem os cômodos do rei e da rainha -, comprando o passaporte de um dia (18 euros) dá para entrar no Grand Trianon, e no Domaine de Marie-Antoinette. Este último é a região da casa de campo onde a rainha se refugiava da vida na corte.

Nós compramos o passe integral e ainda recebemos um audio-guia para usar dentro do Palácio – o que foi muito útil. Só que o lugar é imenso e, como eu estava com o pé machucado, não podia andar grandes distâncias. Pagamos mais 5 euros para ir em um trenzinho. Mesmo assim, não fomos em um dos locais mais lindos que é o Le Hameau, pois a parada do trem era no Petit Trianon (que aparece no filme! igualzinho!) e tinha que se ‘embrenhar’ nos jardins pra chegar até lá. Mesmo assim, valeu muito a pena.

Os jardins são lindos e bem conservados, assim como os cômodos e os móveis. Além disso, alguns dos principais episódios da história da França aconteceram ali, como quando o Luis XVI (bisneto de Luis XIV) e Maria Antonieta foram presos e condenados à guilhotina durante a Revolução Francesa.

Se  a rainha era ou não fútil e traidora, como foi acusada pelos franceses, se Sofia Coppola foi infiel à história e, por isso, seu filme não foi bem aceito na França, não vou discutir nesse post. O fato é que sai de lá com uma mini Maria Antonieta e quase comprei uma coroa. hahaha Ah! Como o lugar é a cara da riqueza, você pode gastar uns euros com os famosos macarons Ladurée. Tem uma lojinha dentro do Grand Palais. Eu não comprei – eu não sou ryca.

UPDATE: Achei um vídeo da Sofia Coppola falando como foi gravar no Château de Versailles. É só clicar aqui.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tem coisas...

que só o jet lag faz por você.

Desmaiar na sala de recreação de um hostel em Lisboa é uma delas



Saimos de Curitiba no dia 16 de agosto, às 13h25 para chegar em Lisboa depois das 7h da manhã do dia seguinte. Eu não dormi nada. Primeiro, por ansiedade. Segundo, os aviões da Tap ficam com a TV ligada o tempo todo. Terceiro, a agência iniciou a série de Pegadinhas do Mallandro e nos colocou na segunda fileira atrás de bebês e crianças.

Enfim, quando chegamos éramos três zumbis vagando pelas ruas portuguesas atrás de comida e cartão telefônico. Nem vimos a entrada do metrô em frente ao hostel, não sabíamos voltar e o check in era só às 15h.

Ainda bem que a gentil (sem ironia) atendente do nosso querido Lisboa Central nos deixou acampar na sala de convivência. Eu apaguei.

Dicas:
- Leve uma máscara para dormir sem medo de ser feliz;
- Quando for escolher as poltronas, evite as centrais que fiquem muito na frente (eles colocam as crianças nas primeiras fileiras).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Paris, je t'adore


Agora eu entendi. Todo aquele amor pela cidade mais linda do mundo. Entendi porque tantos idealizam, tantos sonham ou escrevem sobre ela. Sei que quando fiz minha primeira visita a Torre Eiffel, eu respirei aquele ar como se pudesse prendê-lo para sempre em meus pulmões. Sim, sou mais uma dessas bobas apaixonadas pela mais bela paisagem em que pousei os olhos.

Não sei nem explicar. Paris não é uma cidade perfeita. Tem pobreza, mendigos pelas ruas, estrangeiros em empregos vulneráveis, vivendo à margem das leis e da dignidade. E sim, existem os parisienses blasés, como o pessoal da área de fumantes do Deux Moulins, ou os garçons impacientes com turistas quebrados que teimam em sentar nos Cafés... 

Mas Paris é muito amor. É linda. Respira cultura, história. Tem museus e galerias por todos os cantos. As pessoas leem nos metrôs, nos parques, se vestem bem, e sim, são educados. Cheguei a ter um dia de depressão quando voltei para casa. Eu lembro da vista do alto da torre... aquela cidade branquinha e charmosa... as lágrimas me veem aos olhos involuntariamente. 

Diferente de outras capitais europeias que conheci, Paris possui a história que mais ficou marcada na linha do tempo da humanidade. A Revolução Francesa, queda da Bastilha... inclusive o chão de uma praça foi feito com as pedras da bastilha, para que todos os dias o povo pudesse pisar sobre o que um dia foi o marco do Absolutismo. E mesmo assim, o povo que forjou os ideais de igualdade, fraternidade e liberdade, acabou abraçando a megalomania de Napoleão alguns anos mais tarde...

Andando pelas ruas de Paris, a grandeza de sua história e personagens salta aos olhos. O parque de Mars -  ou Marte, o deus da guerra - em frente à escola de militares e os memoriais de conquistas adornam a cidade que hoje vive em aparente paz... Todos esses aspectos se misturam em minhas lembranças. Estão fragmentados e somados às imagens oníricas de pôr-do-sol à beira do rio Sena ou o borburinho do anoitecer em Montmartre. 



Ah, o fim de tarde. Os homens voltando do trabalho com um pacote da baguetes ou mulheres levando flores. Os cafés lotados. A cidade luz iluminada. A música nas ruas. A Torre Eiffel brilhando com milhares de luzes piscando como vagalumes. O frio fora de época. Os lenços e cachecóis nos pescoços. Paris me fez apaixonar. Como há tempos eu não me apaixonava. 

domingo, 3 de outubro de 2010

Check in

Esse post é quase um pedido de desculpa para os atendentes de empresas aéreas nos guichês de check in. Uma das principais razões é esta, hahaha.



A segunda razão é pelo fato deles lidarem todo dia com a galera amadora, que faz sua primeira viagem internacional ou nunca viajou de avião antes. Sim, tem um pessoal blasé que já viajou 25, 40 ou 50 vezes para a Europa, como a Maria Alice (em breve faremos um post sobre ela). Mas no nosso caso, éramos aquelas viajantes ansiosas e efusivas no check in.

E por que não estaríamos assim? 6 meses esperando viajar, primeira viagem internacional (minha né, a Carol e a Daí já foram pra Argentina), o desconhecimento sobre o jet lag, entre outros. Resumindo: testamos a paciência dos atendentes com mil piadinhas. Sabe aquela pessoa empolgadona e irritante? Era a gente. Sei que eu fiz várias piadas sobre drogas na bagagem ( e também animais silvestres, alimentos, armas, remédios, sementes e, claro, shampoo). Minha justificativa por estar agitada era que eu tive que consumir pra não levar na mala, hahaha.

Então, se você trabalha em uma empresa aérea, por favor, releve pessoas felizes que nunca viajaram. E acredite, na volta esse frisson passa e o viajante passa para a FASE 2, que é total estresse a ponto de quase bater em velhinhas sem-noção. Deixa a gente ser feliz que a gente promete se comportar na próxima viagem!

a mochila



Se você for programar uma viagem como a nossa para várias cidades e indo de albergue em albergue prepare-se para ouvir muitas histórias boas e outras zilhões ruins. Sim, é isso mesmo. Todo mundo tem uma prima, uma tia, um irmão que viajou e levou só bermuda e passou frio ou foi roubado em Barcelona ou ficou sem quarto no albergue ou foi deportado na Espanha ou foi fazer trabalho escravo em Roma - tá, exagerei.

As pessoas tendem a achar problemas que você nem sabe se vai enfrentar. Claro que você quer uma viagem segura e bate um medo de ficar tanto tempo longe da nossa brasilidade, por isso, conselhos sempre são bem-vindos. Mesmo assim,relaxe. É muito mais tranquilo do que você imagina.

Infelizmente, nós resolvemos deixar de lado o nosso glamour e usar mochilas como TODO MUNDO aconselha. Você leu certo: usar mochilas é para poucos, meu amigo. Eu já imaginava que teria problemas. Não sou exatamente o tipo de pessoa que consegue levar pouca coisa em uma viagem, além disso, não sou muito boa em levantamento de peso. Por isso, sofri muito.


Socar tudo na mochila é um saco. Você quer se arrumar e tem que tirar tudo porque a blusa que você quer é justamente aquela que está lá embaixo. Outro problema é que, com as liquidações, a bagagem tende a aumentar e simplesmente chega ao ponto de não caber nem mais um tic-tac nas suas coisas. Quando finalmente consegue achar a tal blusa, está toda amassada e você tem que sair assim.

Quando cogitamos levar uma mala de rodinhas para a Europa sofremos com o preconceito alheio. Quem já foi diz que é uma frescura, quem não foi acha que você quer dar uma de Paris Hilton. As pessoas até diziam "que mico chegar em albergue de mala de rodinha". Qual foi a nossa surpresa quando chegamos nos albergues e vimos umas gurias com mala de rodinha cor-de-rosa, de bichinho, e alguns meninos com suas malas pretas com aquele acessório que gira e faz as coisas andarem... sabe qual?

Meu nome é Caroline dos Passos e eu não sou mochileira! Ufaaaa!!! Que alívio. Quando eu, Dai e Ana resolvemos assumir uma pra outra que não ia rolar, fomos para o Vasco da Gama, o maior shopping de Lisboa, e compramos uma mala de rodinha cada uma - com exceção da Ana que comprou uma malinha (ela era a mais contida) - e pagamos bem mais barato que no Brasil.

As vantagens:

- É mais prático pra carregar,
- Você pode arrumar as suas coisas,
- É melhor de guardar no albergue/hostel e mais seguro se tiver um cadeado
- Você acha qualquer coisa em uma mala de rodinha.

As desvantagens:
- É difícil subir e descer escada de metrô com mala de rodinha (nem todos têm elevador) - mas se estiver em Paris, aproveite a boa vontade dos parisienses que sempre se oferecem pra ajudar. Já na Itália, é outra história,
- Os corredores dos trens são muuuuuuito estreitos - mas quem disse que você vai de trem, né?


Dica importante:
- Evite fazer a Paris Hilton e faça como a Ana. Leve peças essenciais se for viajar para a Europa no verão. Em agosto e setembro, especialmente em Lisboa e Madri, acontecem as melhores liquidações. Acredite: é tudo muito barato. Se sentir falta de um short/bermuda, poderá comprar lá. ;)

sábado, 2 de outubro de 2010

Entrando de gaiato no navio...

Acabei não comentando sobre como embarquei no plano de viagens da Carol e da Dai. Os pormenores acabam sendo irrelevantes, mas eu estava num bad day from hell quando a Carol comentou comigo da viagem. Quem nunca sonhou em conhecer o mundo? Nem lembro bem se eu me convidei ou se a Carol me chamou, mas sei que aceitei na hora! 

Era janeiro e durante seis meses eu economizei para a viagem. Não é algo que saia muito caro e vale a pena. A diversão é garantida, o aprendizado, as amizades, a experiência: tudo é válido. Acho que viagem em grupo é ideal, principalmente para as situações adversas, e bom humor é essencial. 

Então, se estiver planejando uma viagem, separa para colocar na mala: jogo de cintura, bom humor, paciência e um dicionário de expressões idiomáticas!


Popcorn trip

HÁ, GLU GLU! Gostaria de começar minha participação no blog estreando nossa seção de cinema. Uma das coisa bacanas que percebemos durante nossa viagem foi que a gente acabou visitando várias locações de filmes que amamos e outros mais blockbusters mesmo.

Dia 01/10, eu fui na estreia do Comer, Rezar e Amar, baseado num livro de mesmo nome. Eu já tinha lido o livro e fui conferir a versão na telona. Na trama, a protagonista faz uma viagem de auto-conhecimento e seu primeiro destino é Roma (última cidade do nosso roteiro). E lá aparece a Piazza Navona, onde estivemos durante a viagem, praça com fontes lindas e onde fica o Consulado Brasileiro. 

Confiram o trailer que tem a bela trilha de Florence + The Machine, com Dog days are over.




Indico outra faixa da trilha, com Eddie Vedder, Better Days.



Curtam o filme, tenham devaneios, criem seus roteiros e arrumem suas malas! Sempre haverá mais horizontes para quem põe o pé na estrada. E o mundão lá fora possui infinitas possibilidades! Hasta!

o primeiro roteiro



No dia que decidimos viajar, fizemos um roteiro monstro. Tinha umas 20 cidades. Nós não tínhamos noção de quantos dias ficaríamos e começamos a pirar. Com o tempo, e as definições se alinhando, diminuímos muito o número de lugares.

Portugal não estava na lista. Na verdade, não tínhamos muito interesse em Lisboa - quem diria. Fomos parar lá porque era o destino mais barato na hora de comprar a passagem. Comprando a ida para a capital portuguesa era possível voltar de Roma pagando muito mais barato do que chegar em Paris ou em outra cidade. Além disso, era muito mais favorável ao nosso roteiro. Na época, em março, gastamos R$ 2.230 com passagem.

Com isso determinado, montamos uma sequência de cidades seguindo o mapa. Foi muito mais fácil. Assim, determinamos sete países - Portugal, Espanha, França, Holanda, Alemanha, República Tcheca e Itália.

Como vocês puderam perceber na descrição do blog, não chegamos em todos esses lugares. Da República Tcheca desistimos aqui mesmo no Brasil - principalmente pelo fato de, apesar de pertencer à União Europeia, o país ter como moeda oficial a coroa tcheca e não o euro. Outro fator foi o idioma - precisa explicar?

Quanto à exclusão da Holanda e Alemanha, contarei nos próximos capítulos. É muito assunto para um segundo post.

O começo

Lembro como hoje quando eu e a Dai tivemos a ideia de viajar para Europa. Era um sábado e resolvemos ir até um pub aqui de Blumenau. Conversa vai, chope vem, decidimos que viajaríamos juntas. Escolhemos lá mesmo algumas cidades e marcamos a data para mais de seis meses depois.
Depois contei para a Ana via gtalk e ela quis ir junto. Demoramos pouco para decidir que a viagem iria realmente acontecer. Planejamos as férias e começamos a guardar dinheiro. No dia 16 de agosto, partimos rumo a Lisboa para voltar quase quatro semanas depois. Muita coisa aconteceu nesse tempo. E é por isso que criamos esse blog. É um espaço para contar a real pra quem planeja se aventurar pela Europa. Apertem os cintos, o piloto sumiu! Mentirinha. É pegadinha do Mallandro. hahahaha